Preciso de atendimento médico, onde vou? Entenda qual o serviço mais adequado para cada situação
- Eduardo Braatz Boniatti
- 25 de mar.
- 5 min de leitura
Atualizado: 31 de mar.

Você está com sintomas e não sabe se deve procurar o posto de saúde, a UPA ou o hospital? Este artigo foi feito para te ajudar a entender, de forma clara e objetiva, qual serviço de saúde procurar em diferentes situações clínicas. Ideal para quem quer agir com responsabilidade, evitar superlotação dos prontos-socorros e garantir um atendimento mais rápido e eficaz.
Por que saber onde ir faz diferença na sua saúde (e na dos outros)?
Impacto da escolha errada no sistema de saúde
A busca inadequada por atendimento médico é um dos principais fatores de superlotação em hospitais. Pessoas com quadros leves, que poderiam ser avaliadas no posto de saúde, muitas vezes lotam os prontos-socorros, atrasando o atendimento de quem realmente está em risco.
Consequências para o paciente — atrasos, riscos e piora do quadro
Quando alguém com sintomas graves demora a ser atendido porque há excesso de pessoas com quadros leves no mesmo local, o risco de complicações aumenta. Saber escolher corretamente o local de atendimento pode salvar vidas — inclusive a sua.
A importância da informação para agir com segurança
Ter esse conhecimento prévio permite agir com calma e eficiência diante de uma situação inesperada. É uma atitude de autocuidado e também de responsabilidade social.
Entenda a diferença entre casos leves, urgência e emergência
Casos leves — podem esperar por consulta agendada
Gripe, dor de garganta, dor de cabeça leve, desconforto estomacal e febre baixa são exemplos de quadros que geralmente não representam perigo imediato e podem ser avaliados no posto de saúde, com tranquilidade.
Urgência — precisam de atendimento rápido, mas não são fatais
Incluem situações como dor abdominal forte, crise de asma moderada, pequenas fraturas ou vômitos persistentes. Nesses casos, o ideal é buscar a UPA.
Emergência — risco de morte ou lesão grave: atendimento imediato
Dor no peito intensa, falta de ar grave, perda de consciência, convulsões, sangramentos abundantes ou suspeita de AVE (Acidente Vascular Encefálico) são sinais de que a vida está em risco. Vá direto ao hospital ou chame o SAMU (192).
Nos setores de atendimento médico, existem protocolos de classificação de risco que organizam a ordem de atendimento conforme a gravidade da queixa e o risco de vida do paciente. Isso garante mais segurança, agilidade e equidade no cuidado, evitando que pacientes em estado crítico aguardem por longos períodos.
O mais utilizado no Brasil é o Protocolo de Manchester, que define diferentes níveis de prioridade por meio de cores e tempos máximos de espera, como mostra o gráfico abaixo:

Quando procurar o posto de saúde (UBS)
O que é a Unidade Básica de Saúde
É a porta de entrada ideal do sistema de saúde público. Ali, você encontrará médicos, enfermeiros e equipe preparada para acompanhar a saúde da população, especialmente nos casos de menor gravidade.
Situações ideais para procurar o posto
Gripe, tosse, dor de garganta;
Acompanhamento de doenças como hipertensão, diabetes e asma;
Solicitação de exames e atestados médicos;
Curativos, vacinação, orientações de saúde.
Horários de funcionamento e como se organizar
A maioria das UBS funciona em horário comercial. Evite ir diretamente ao hospital por algo simples — o atendimento será mais adequado e rápido no posto.

Quando ir à UPA (Unidade de Pronto Atendimento)
O papel da UPA no sistema de saúde
As UPAs funcionam 24 horas por dia e atendem casos intermediários: não são tão simples quanto os atendidos no posto, mas também não são emergências que ameaçam a vida.

Quais sintomas devem ser avaliados lá
Febre alta persistente;
Dor abdominal ou lombar intensa;
Pequenas fraturas ou luxações;
Crise de bronquite ou asma leve a moderada;
Cortes que necessitam de pontos.
Limites da UPA: quando é preciso ir além
Se, durante o atendimento, o profissional perceber que o quadro é mais grave, o paciente será encaminhado para o hospital com suporte adequado.
Quando procurar o pronto-socorro hospitalar
Situações de emergência real
Hospitais devem ser procurados quando há risco iminente à vida ou a um órgão vital. Ir ao hospital por um problema leve pode prejudicar quem precisa ser atendido com urgência.
Exemplos de sintomas que exigem hospital imediatamente
Dor no peito com suor e irradiação para o braço (pode ser infarto);
Falta de ar severa, mesmo em repouso;
Boca torta, fala enrolada, fraqueza em um lado do corpo (sinais de AVC);
Convulsões prolongadas ou perda de consciência;
Hemorragias intensas, queimaduras graves ou ferimentos por arma.

Por que o hospital deve ser reservado para os casos mais graves
A estrutura hospitalar é desenhada para lidar com situações críticas. Utilizá-la corretamente ajuda a salvar vidas e mantém o sistema funcionando.
Quando chamar o SAMU 192
O que é o SAMU e como ele atua
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência atende pelo telefone 192 e envia uma equipe de socorro ao local da ocorrência. O objetivo é iniciar o atendimento antes da chegada ao hospital.
Sintomas e situações em que se deve ligar para o 192

Acidente grave com feridos;
Pessoa inconsciente ou com parada respiratória;
Suspeita de infarto ou AVE;
Parto em andamento;
Crise convulsiva prolongada;
Engasgos ou reações alérgicas graves.
O que dizer ao atendente e como agir até a chegada da equipe
Fale com clareza: diga o que aconteceu, endereço exato e se o paciente está consciente ou respirando. Mantenha a calma e siga as orientações.
Sinais de alerta para ficar de olho — mesmo que pareça algo simples
Nem todo quadro começa de forma intensa. Por isso, fique atento a sinais que indicam necessidade de avaliação imediata:
Febre persistente por mais de 72 horas, especialmente com calafrios e fraqueza intensa;
Dor abdominal que piora ao longo do dia;
Confusão mental, dificuldade para falar ou se movimentar;
Vômitos ou diarreia que impedem alimentação e causam desidratação;
Queda com perda de consciência, mesmo breve.
Resumo prático: onde buscar atendimento médico
Saber diferenciar casos leves, urgentes e emergenciais é fundamental para garantir um atendimento médico mais eficiente, seguro e humano. Use o guia abaixo como um resumo:
Posto de saúde: sintomas leves, controle de doenças crônicas, exames e vacinas;
UPA: dores intensas, febre alta, pequenos traumas, sintomas que não melhoram;
Hospital: risco de vida, AVE, infarto, sangramentos intensos, perda de consciência;
SAMU: urgência absoluta, quando o paciente não pode ser transportado com segurança.
Quer reforçar ainda mais o que aprendeu aqui?
Abaixo, você pode assistir a um vídeo do Dr. Drauzio Varella, um dos médicos mais respeitados do país, explicando de forma clara e objetiva quando procurar uma UBS, uma UPA ou um pronto-socorro.
Agora que você sabe onde buscar atendimento médico em cada situação, compartilhe este post com seus amigos e familiares. Em um momento de urgência, essa informação pode ser a diferença entre um susto e uma tragédia. Informação salva vidas.
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