Febre: Entenda o que é, principais causas e quando se preocupar
- Eduardo Braatz Boniatti
- 25 de ago.
- 4 min de leitura
Atualizado: há 6 dias

A febre é um dos sintomas mais comuns em todas as idades e uma das principais razões pelas quais as pessoas procuram atendimento médico. Ela acontece quando a temperatura do corpo aumenta acima do normal, funcionando como um sinal de que algo não está bem. Apesar de causar preocupação, a febre não é uma doença em si, mas sim um alerta do corpo para indicar que ele está reagindo a uma situação interna e na maioria das vezes ela melhora sozinha. Compreender melhor seus valores de referência, suas possíveis causas e a forma correta de agir é fundamental para lidar com esse sintoma de maneira segura.
A nova diretriz da SBP (2025) reforça que mais importante do que o número no termômetro é avaliar o estado clínico da criança ou do adulto, reduzindo a chamada “febrefobia”.
O que é considerado febre?
A temperatura normal do corpo humano varia entre 36°C e 37,2°C. Acima disso, classificamos da seguinte forma:

37,3 °C a 37,4 °C: febrícula ou estado febril, geralmente não grave, mas que merece observação;
Acima de 37,5 °C
= Febre;
Medida da temperatura axilar (baixo do braço);
37,8 °C a 38,9 °C: febre moderada, que pode estar associada a infecções comuns;
39 °C ou mais: febre alta, que já requer atenção especial;
Acima de 40 °C: febre muito alta ou hipertermia, situação de maior risco, que pode causar complicações sérias.
Dica: meça sempre com termômetro digital na axila. Evite termômetro de mercúrio. Em bebês, a axila é o método preferido em casa. Em serviços de saúde, outros métodos podem ser usados por profissionais treinados.
Por que a febre acontece?
A febre é controlada pelo hipotálamo, uma região do cérebro que regula a temperatura do corpo. Quando o organismo detecta a presença de agentes nocivos, como vírus e bactérias, ele aumenta a temperatura para dificultar a multiplicação desses microrganismos. Esse processo fortalece a ação do sistema imunológico, ajudando o corpo a reagir. Além disso, a febre também pode aparecer em situações não infecciosas, mostrando que ela é um sintoma multifatorial.
Principais causas:
Infecções virais (resfriado, gripe, COVID‑19, dengue);
Infecções bacterianas (amigdalite, pneumonia, infecção urinária);
Inflamações e doenças autoimunes;
Calor excessivo/insolação (hipertermia);
Medicamentos e outras condições menos comuns.
Observação: a altura da febre, sozinha, não define gravidade. Olhe sempre o conjunto dos sinais e sintomas.
Febre x Hipertermia (são coisas diferentes!)
Febre: o termostato do cérebro “sobe” o ponto de ajuste (ex.: por infecção);
Hipertermia: o corpo não consegue perder calor (ex.: excesso de roupas, sol/ambiente muito quente, esforço físico intenso). Na hipertermia, a pele tende a ficar quente e suada, e banhos frios/ambiente ventilado ajudam; nos quadros de febre, métodos físicos têm pouco efeito e podem causar desconforto.
A febre sempre é ruim?
Não. Muitas vezes, a febre é um mecanismo de defesa importante e mostra que o corpo está reagindo adequadamente. Em situações simples, como gripes e resfriados, ela pode passar em poucos dias sem complicações. O que realmente exige atenção são os sinais de alarme: febre muito alta, persistente ou acompanhada de sintomas como dificuldade para respirar, convulsões, sonolência excessiva, manchas na pele ou confusão mental.
Cuidados básicos diante da febre
Hidrate-se: beba bastante água, soro de hidratação ou sucos para evitar desidratação;
Mantenha ambiente arejado: use roupas leves e prefira locais bem ventilados;
Repouse: descanse e evite atividades intensas sempre que possível;
Use antitérmicos com critério: paracetamol, dipirona ou ibuprofeno podem ser usados quando houver desconforto (dor, mal-estar, irritabilidade, dificuldade para dormir);
Não alterne nem associe antitérmicos de rotina: isso aumenta risco de erro e intoxicação;
Evite AAS (ácido acetilsalicílico) em crianças;
Cuidado com práticas caseiras perigosas: não utilize álcool na pele, não faça banhos gelados (que não “curam” a febre e podem piorar o desconforto). Prefira ambiente fresco e, se desejar, banho morno;
Atenção a sinais de alerta: observe se surgem outros sintomas associados (como dificuldade para respirar, sonolência excessiva, convulsões, manchas na pele, recusa persistente de líquidos), pois podem indicar gravidade e necessidade de atendimento médico imediato.
Quando procurar atendimento médico?
É fundamental buscar avaliação médica se:
A febre persistir por mais de 48 horas sem melhora;
A temperatura ultrapassar 39°C em adultos ou 38°C em crianças pequenas;
A febre vier acompanhada de sintomas como rigidez de nuca, confusão mental, dificuldade respiratória, convulsões ou manchas na pele;
O paciente for idoso, bebê ou portador de doenças crônicas, já que nesses casos o risco de complicações é maior.
A febre é um sinal de defesa do organismo. Na maioria das vezes, melhora apenas com hidratação, repouso e uso de antitérmicos em caso de desconforto. Apesar disso, é importante lembrar que a febre não é uma doença, mas sim um sintoma, podendo indicar desde infecções leves até condições mais graves.
Conhecer os valores de referência, entender os principais desencadeadores e saber quando procurar ajuda médica são passos fundamentais para lidar com segurança. A informação correta evita medo desnecessário e ajuda a tomar decisões mais conscientes.
Notou febre persistente ou acompanhada de sintomas de alerta? Não hesite: procure um médico e cuide bem da sua saúde!
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